Canal que liga a Azambuja ao Rio Tejo, navegável numa extensão de 17 quilómetros. Chegou a ser cruzado por barcos de 30/35 toneladas (fragatas e barcos varinos), que procediam ao transporte marítimo dos produtos da região, hoje apenas é navegável por pequenas embarcações. Este conjunto de canais foi construído pela Companhia dos Canais de Azambuja, que era igualmente obrigada a construir um edifício para albergar os viajantes (O Palácio das Obras Novas), de acordo com despachos de 1839 e 1843.
A Vala devia ser navegável em todas as estações do ano, desde a Foz do Canal, até à Ponte da Asseca, com uma carreira diária para passageiros, utilizando barcos a vapor ou puxados por bestas. Em 1844, o Estado confirmou a cedência à Companhia da propriedade da Vala Real da Azambuja, com as respetivas águas e margens, por um período de 40 anos. De acordo com um contrato de 1852, a Companhia dos Barcos a Vapor ficaria com a exclusividade da navegação por 15 anos. Por esta altura, o canal seria anualmente navegado por 3.000 barcos transportando 16.000 toneladas de carga e 18.000 viajantes. O canal entrou em declínio com a construção do Caminho de Ferro do Norte, promovida pelo Governo Regenerador de Fontes de Pereira de Melo. Um decreto de lei de Julho de 1857 dispensou os serviços prestados pela Companhia dos Canais de Azambuja.
Marques, Elodie Gomes. 2018. «As obras públicas no Vale do Tejo: a navegação do canal da Azambuja. Reconversão do Canal da Azambuja». Trabalho para obtenção do grau de Mestre, Lisboa: ISCTE-IUL. https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/17675/1/master_elodie_gomes_marques.pdf.